sábado, 10 de janeiro de 2009

O estilhaçar da essência.


“O essencial é invisível aos olhos”. A famosa frase de Saint-Exupéry, escritor francês cuja obra mais famosa é “O Pequeno Príncipe”, nos leva a pensar sobre o que considerarmos verdadeiramente importante nos dias de hoje. O que é essencial para que possamos ser felizes nas nossas vidas? Há uma fórmula mágica onde o seu simples uso nos leva à felicidade de forma instantânea?

Eu sempre ando a buscar respostas. Na verdade, a vida por si só é tão enigmática que chego a pensar que Deus nos colocou no mundo pra “tirar um sarro” das nossas caras diante de sua magnitude e perfeição incontestável. Quando pequenos, somos imediatistas, queremos tudo num piscar de olhos sem nem mesmo analisar o que estamos adquirindo. É compreensível, afinal de contas são apenas crianças desejosas pelas tentações mundanas onde, desde pequenas, são expostas e usadas pela indústria mercadológica para o ato final realizado pelos pais, mesmo que esses estourem os já inflados cartões de crédito para satisfazer o desejo infantil dos filhos.

Dúvida maior ainda eu tenho quanto ao comportamento adulto atual, cujas características descartáveis são ligadas fortemente às das crianças já citadas. A essência, aquela trabalhada por Saint-Exupéry, não mais importa. A sociedade é regrada pelo consumismo desenfreado de valores imbecis, forjados por um senso comum ridículo e de péssimo gosto. Quem fala de amor é mané, quem cultiva a boa educação é um careta e quem escreve cartas é um pré-histórico fora do contexto atual. Vai ver que é por esses motivos que vivemos na sociedade que vivemos.

Veja só: não me rotulo como um puritano ou radical quanto ao assunto. Pelo contrário! Às vezes sou pego por essas tentações e me limito aos superficiais que nos são impostos. O texto não é nada mais, nada menos, do quê uma auto-crítica – também! -, pois faço parte do meio criticado. Lá no início do texto eu fiz duas perguntas, talvez elas sejam muito subjetivas e particulares para que eu dê uma resposta geral. Porém, vale salientar que a felicidade de cada um é aquilo que move suas ações e desejos mais interiores. A felicidade humana, a essencial, independe da banalidade consumista ou econômica, mas depende sim do nosso desejo mais ardente de sermos felizes e de bem com a vida.

O essencial é ser feliz, seja a felicidade encontrada por fórmula mágica ou não.

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