quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Nordeste cultural


O mestre Luis da Câmara Cascudo, natalense reconhecido como o maior folclorista do Brasil e do mundo, transcreveu para o papel tudo aquilo que podemos conceituar como sendo Cultura. Tal termo é tão vasto, que até hoje os antropólogos buscam uma linha de pesquisa capaz de definir de uma vez por todas o seu conceito. Levianamente - muito levianamente falando -, é todo um conjunto de tradições herdadas através do tempo por uma sociedade.

Por falar em tradição e sem bairrismos exacerbados, o Nordeste é simplesmente fantástico. Uma das regiões mais castigadas do país através dos eventos naturais é também uma das que melhor o representa culturalmente. Das danças e festas populares à culinária peculiar da região, o sofrimento nordestino, aquele, tão cultuado pela televisão, transforma-se em recanto de riquezas inestimáveis, quebrando um estereótipo de seca, desgraça, castigo.

Das várias tradições da região, uma é especial para mim. É algo que corre nas veias e me persegue. O Forró é contagiante, é agente contaminador de alegria, arte, cultura, prazer, e todos os bons adjetivos possíveis. Dizem os mestres forrozeiros que o Forró é o rock do sertão, não deixa ninguém parado. Fato irrevogável!

Alcymar Monteiro, Karaveia, Acioly Neto, Petrúcio Amorim, Cláudio Rios, Dominguinhos, Sivuca, Oswaldinho, Luis Gonzaga. São tantos os nossos verdadeiros artistas, que conhecer suas obras completas passam a ser além de uma obrigação, um ritual prazeroso para quem ama verdadeiramente o Forró.

É fácil esquecer essas bandinhas atuais que se dizem de Forró quando se tem no som do carro algo incomparável e de qualidade infinitamente superior. Fazer uma relação dos artistas citados com esses lixos atuais chega a dar pena; só relego ao esquecimento natural, pois nunca farão parte do meu contexto musical.

E viva o Nordeste, e viva o Forró!

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