Hoje falarei de nomes. E um pouco de infância, também. Antes de tudo, uma pergunta: você já percebeu que, quando alguém grita por um Júnior, no meio de uma multidão de cem pessoas, no mínimo umas cinqüenta olham para trás? Parece brincadeira, mas é verdade. Digo isto, pois sou um deles e, sinto que além de americanizado, meu nome é “malhado” feito farinha em feira livre.
Lá na rua, há mais ou menos quinze anos atrás, tínhamos simplesmente cinco indivíduos chamados Júnior, cada qual com os seus apelidos. Júnior “Bicha” (uma longa estória...), Júnior “Transformação” (lembro que os olhos ficavam esbugalhados igual aos de um pequinês louco e com acesso de raiva.), Júnior “Doidão” (dizem que ganhei o apelido por ter entrado numa casa pra roubar umas frutas, e em tal casa tinha cachorros. Eu não lembro desta feita, pois nunca fui meliante-mirim!), Júnior “Banana” (só Deus sabe o porquê de ter sido premiado com esse apelido de merda!), e o não menos original Júnior “Macaco” (o maior infeliz-pulador-de-rampas que já vi atuar na perigosa pista de bicicross do conjunto Natal Sul!).
Para sermos reconhecidos como seres humanos e termos nossas próprias identidades, foi preciso diferenciar-nos de alguma forma, nem que fosse através de apelidos escrotos e pitorescos. Eu, por exemplo, nunca fui o Júnior, mas sim o “Doidão”. E não era somente na rua! Para soltar uma pipinha, dar uns rolés na minha bike BMX Monark, ou fazer qualquer outra atividade vagabunda da minha infância, não evocavam pelo nome, mas sim pela porcaria do apelido - o qual me persegue até hoje -, sendo herdado e usado inclusive por minha mãe para me chamar a atenção.
Agora, tenho que admitir... Em relação ao restante dos apelidos da rua, os “Juniors” eram muito privilegiados. Vejamos: “Cara de buldogue”, “João Boca-de-caçapa”, “Hugo Viado”, “Hugo Mentirinha”, “Dudu, Dudu, Dudu com pau-no-cu!”, “Alan Doente”, “Thiago Bura-Bura”, “Guiné”, “Boneco de Olinda”, “Alessandro Zarolho”, “Iran Peitos-de-cabra”, “Breno Rochana”, “Rossine Kid Bengala”, “Íverton Anão”, “Thiago Lombriga”, "Daniel Manga Rosa", "Paulinho Testinha".
Eu não sei de onde que surgiu tanta criatividade e maestria para nomear pequenos vagabundos em meados dos anos '90, só sei que éramos felizes como pintos em bosta, cada qual com o seu apelido carinhoso até hoje cultivado com a certeza de que a infância valeu e muito à pena.
Assinado:
Júnior Doidão.
Lá na rua, há mais ou menos quinze anos atrás, tínhamos simplesmente cinco indivíduos chamados Júnior, cada qual com os seus apelidos. Júnior “Bicha” (uma longa estória...), Júnior “Transformação” (lembro que os olhos ficavam esbugalhados igual aos de um pequinês louco e com acesso de raiva.), Júnior “Doidão” (dizem que ganhei o apelido por ter entrado numa casa pra roubar umas frutas, e em tal casa tinha cachorros. Eu não lembro desta feita, pois nunca fui meliante-mirim!), Júnior “Banana” (só Deus sabe o porquê de ter sido premiado com esse apelido de merda!), e o não menos original Júnior “Macaco” (o maior infeliz-pulador-de-rampas que já vi atuar na perigosa pista de bicicross do conjunto Natal Sul!).
Para sermos reconhecidos como seres humanos e termos nossas próprias identidades, foi preciso diferenciar-nos de alguma forma, nem que fosse através de apelidos escrotos e pitorescos. Eu, por exemplo, nunca fui o Júnior, mas sim o “Doidão”. E não era somente na rua! Para soltar uma pipinha, dar uns rolés na minha bike BMX Monark, ou fazer qualquer outra atividade vagabunda da minha infância, não evocavam pelo nome, mas sim pela porcaria do apelido - o qual me persegue até hoje -, sendo herdado e usado inclusive por minha mãe para me chamar a atenção.
Agora, tenho que admitir... Em relação ao restante dos apelidos da rua, os “Juniors” eram muito privilegiados. Vejamos: “Cara de buldogue”, “João Boca-de-caçapa”, “Hugo Viado”, “Hugo Mentirinha”, “Dudu, Dudu, Dudu com pau-no-cu!”, “Alan Doente”, “Thiago Bura-Bura”, “Guiné”, “Boneco de Olinda”, “Alessandro Zarolho”, “Iran Peitos-de-cabra”, “Breno Rochana”, “Rossine Kid Bengala”, “Íverton Anão”, “Thiago Lombriga”, "Daniel Manga Rosa", "Paulinho Testinha".
Eu não sei de onde que surgiu tanta criatividade e maestria para nomear pequenos vagabundos em meados dos anos '90, só sei que éramos felizes como pintos em bosta, cada qual com o seu apelido carinhoso até hoje cultivado com a certeza de que a infância valeu e muito à pena.
Assinado:
Júnior Doidão.
Júnior,
ResponderExcluirNunca me diverti tanto!!! Aproveito para agradecer o seu comentário postado no meu blog. Tb apresento minhas desculpas por não ter respondido antes. É que tenho estado muito ocupada com o trabalho e os estudos, daí, não tem me sobrado tempo para atualizá-lo.
Abraço.
Ok, Tânia! Muito me enobrece a sua visita. Mesmo sabendo que meus textos são "verdinhos", agradeço de coração e convoco-a para novas visitinhas. Tudo de bom!
ResponderExcluir